domingo, 23 de março de 2014

História da Ginástica


                    

  A história da Ginástica confunde-se com a história do homem. A Ginástica entendida por Ramos (1982: 15) como a prática do exercício físico “vem da Pré-história, afirma-se na Antigüidade, estaciona na Idade Média, fundamenta-se na Idade Moderna e sistematiza-se nos primórdios da Idade Contemporânea”. No homem pré-histórico a atividade física tinha papel relevante para sua sobrevivência, expressa principalmente na necessidade vital de atacar e defender-se. O exercício físico de caráter utilitário e sistematizado de forma rudimentar, era transmitido através das gerações e fazia parte dos jogos, rituais e festividades.
Na Antigüidade, principalmente no Oriente, os exercícios físicos aparecem nas várias formas de luta, na natação, no remo, no hipismo, na arte de atirar com o arco, como exercícios utilitários, nos jogos, nos rituais religiosos e na preparação guerreira de maneira geral. Na Grécia nasceu o ideal da beleza humana, o qual pode ser observado nas obras de arte espalhadas pelos museus em todo o mundo, onde a prática do exercício físico era altamente valorizada como educação corporal em Atenas e como preparação para a guerra em Esparta. O fato de ser a Grécia o berço dos Jogos Olímpicos, disputados 293 vezes durante quase 12 séculos (776 a. C-393 d. C), demonstra a importância da atividade física nesta época. Em Roma, o exercício físico tinha como objetivo principal a preparação militar e num segundo plano a prática de atividades desportivas como as corridas de carros e os combates de gladiadores que estavam sempre ligados às questões bélicas. Recordações das magníficas instalações esportivas desta época como as termas, o circo, o estádio, ainda hoje impressionam quem os visita pela magnitude de suas proporções.
Na Idade Média os exercícios físicos foram a base da preparação militar dos soldados, que durante os séculos XI, XII e XIII lutaram nas Cruzadas empreendidas pela igreja. Entre os nobres eram valorizadas a esgrima e a equitação como requisitos para a participação nas Justas e Torneios, jogos que tinham como objetivo “enobrecer o homem e fazê-lo forte e apto”(Ramos, 1982). Há ainda registros de outras atividades praticadas neste período como o manejo do arco e flecha, a luta, a escalada, a marcha, a corrida, o salto, a caça e a pesca e jogos simples e de pelota, um tipo de futebol e jogos de raqueta.
O exercício físico na Idade Moderna, considerada simbolicamente a partir de 1453, quando da tomada de Constantinopla pelos turcos, passou a ser altamente valorizado como agente de educação. Vários estudiosos da época, entre eles inúmeros pedagogos, contribuíram para a evolução do conhecimento da Educação Física com a publicação de obras relacionadas à pedagogia, à fisiologia e à técnica. A partir daí surgiu um grande movimento de sistematização da Ginástica.
Segundo Langlade e Langlade (1970), até 1800 as formas comuns de exercício físico eram os jogos populares, as danças folclóricas e regionais e o atletismo. Para estes autores, a origem da atual Ginástica data do início do século XIX, quando surgiram quatro grandes escolas: A Escola Inglesa, a Escola Alemã, a Escola Sueca e a Escola Francesa, sendo a primeira mais relacionada aos jogos, atividades atléticas e ao esporte. As demais escolas foram as responsáveis pelo surgimento dos principais métodos ginásticos, que por sua vez determinaram a partir de 1900 o início dos três grandes movimentos ginásticos na Europa. São eles: o Movimento do Oeste na França, o Movimento do Centro na Alemanha, Áustria e Suíça e o Movimento do Norte englobando os países da Escandinávia.
Estes movimentos vão até 1939 quando foi realizada a primeira Lingiada em Estocolmo, um festival internacional de Ginástica em comemoração ao centenário de morte de Per Henrik Ling, o maior nome da Ginástica Sueca, dando início ao período que se estende até os dias de hoje, denominado “Influências recíprocas e universalização dos conceitos ginásticos”, segundo Langlade e Langlade (1970).
A denominação Ginástica, inicialmente utilizada como referência à todo tipo de atividade física sistematizada, cujos conteúdos variavam desde as atividades necessárias à sobrevivência, aos jogos, ao atletismo, às lutas, à preparação de soldados, adquiriu a partir de 1800 com o surgimento das escolas e movimentos ginásticos acima descritos, uma conotação mais ligada à prática do exercício físico. De acordo com Soares (1994: 64), a partir desta época, a Ginástica passou a desempenhar importantes funções na sociedade industrial, “apresentando-se como capaz de corrigir vícios posturais oriundos das atitudes adotadas no trabalho, demonstrando assim, as suas vinculações com a medicina e, desse modo, conquistando status.
Inúmeros métodos ginásticos foram sendo desenvolvidos principalmente nos países europeus, os quais influenciaram e até os dias de hoje influenciam, a Ginástica mundial e em particular a brasileira. Dentre aqueles que tiveram maior penetração no Brasil destacam-se as escolas alemã, sueca e francesa. Essas questões são amplamente analisadas por autores como Ramos (1982), Marinho [19--], Langlade e Langlade (1970), Castellani Filho (1988), Soares (1994) entre outros, os quais tem estudado os aspectos históricos relacionados à Educação Física e à Ginástica e contribuído de forma significativa para a compreensão de sua evolução em nível nacional e internacional.

Em Busca de um Conceito de Ginástica

Segundo o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, a palavra Ginástica vem do grego Gymnastiké e significa a “Arte ou ato de exercitar o corpo para fortificá-lo e dar-lhe agilidade. O conjunto de exercícios corporais sistematizados, para este fim, realizados no solo ou com auxílio de aparelhos e aplicados com objetivos educativos, competitivos, terapêuticos, etc.”. Na Encyclopedia Britannica, a Ginástica é definida como “a system of physical exercices practised either to promote physical development or a sport”. De acordo com a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, a Ginástica é caracterizada como:
“uma forma ou modalidade de educação física, isto é, uma maneira de formar fisicamente o corpo humano, sendo as restantes, além dela, os jogos e os desportos. A definição científica diz-nos que a ginástica é a exercitação metódica dos órgãos no seu conjunto (relacionada ao movimento e à atitude), por intermédio de exercícios corporais, de “forma” precisamente determinada e ordenados sistematicamente, de modo a solicitar não só todas as partes do corpo, como as grandes funções orgânicas vitais e sistemas anatômicos, nomeadamente: o respiratório, o cárdio-circulatório, o de nutrição (assimilação e desassimilação), o nervoso, os órgãos de secreção interna, etc. “
Os conceitos acima citados, entre outros, demonstram uma visão limitada da Ginástica, onde o aspecto relativo à formação física é ressaltado em detrimento dos demais. Devido à grande abrangência da Ginástica, o estabelecimento de um conceito único para ela, restringiria a compreensão deste imenso universo que a caracteriza como um dos conteúdos da Educação Física. Esta modalidade no decorrer dos tempos, tem sido direcionada para objetivos diversificados, ampliando cada vez mais as possibilidades de sua utilização, portanto, a fim de facilitar o seu entendimento, são apresentados a seguir 5 grandes grupos que englobam os seus principais campos de atuação.

Os Campos de Atuação da Ginástica

1. Ginásticas de Condicionamento Físico: englobam todas as modalidades que tem por objetivo a aquisição ou a manutenção da condição física do indivíduo normal e/ou do atleta.
2. Ginásticas de Competição: reúnem todas as modalidades competitivas.
3. Ginásticas Fisioterápicas: responsáveis pela utilização do exercício físico na prevenção ou tratamento de doenças.
4. Ginásticas de Conscientização Corporal: reúnem as Novas propostas de abordagem do corpo, também conhecidas por Técnicas alternativas ou Ginásticas Suaves (Souza, 1992), e que foram introduzidas no Brasil a partir da década de 70, tendo como pioneira a Anti-Ginástica. A grande maioria destes trabalhos tiveram origem na busca da solução de problemas físicos e posturais.
5. Ginásticas de Demonstração: é representante deste grupo a Ginástica Geral, cuja principal característica é a não-competitividade, tendo como função principal a interação social isto é, a formação integral do indivíduo nos seus aspectos: motor, cognitivo, afetivo e social.

O Conteúdo da Ginástica

Todo movimento ginástico, assim como os movimentos característicos dos esportes, evoluíram dos movimentos naturais do ser humano, ou habilidades específicas do ser humano que, segundo Pérez Gallardo (1993), “são aquelas que se caracterizam por estar presentes em todos os seres humanos, independentes de seu lugar geográfico e nível sócio-cultural e que servem de base para aquisição de habilidades culturalmente determinadas..."
Estes movimentos naturais ou habilidades específicas do ser humano, quando analisados e transformados, visando o aprimoramento da performance do movimento, entendida aqui de acordo com vários objetivos como: economia de energia, melhoria do resultado, prevenção de lesões, beleza do movimento entre outros, passam a ser considerados como movimentos construídos (exercícios) ou habilidades culturalmente determinadas. Por exemplo, um movimento próprio do homem como o saltar, foi sendo estudado, transformado e aperfeiçoado através dos tempos, para alcançar os objetivos de cada um dos esportes onde ele aparece: salto em altura, em distância e triplo no atletismo, cortada e bloqueio no voleibol, salto sobre o cavalo na Ginástica Artística, salto “jeté” na Ginástica Rítmica Desportiva entre outros.
Uma das principais características da Ginástica é a possibilidade de utilização de uma enorme variedade de aparelhos, entre eles os de grande porte como o trampolim acrobático, a trave de equilíbrio, as rodas ginásticas, as barras paralelas; os aparelhos de sobrecarga como os halteres, as bicicletas ergométricas, os aparelhos de musculação; aparelhos portáteis como a corda, a bola, as maças, até os aparelhos adaptados ou alternativos provenientes da natureza ou da fabricação humana.

A Estrutura da Ginástica no Mundo

Para a melhor compreensão do universo da Ginástica e sua evolução, faz-se necessário, analisar sua estrutura organizacional em nível mundial. A Federação Internacional de Ginástica (FIG) é a organização mais antiga e com maior abrangência internacional na área da Ginástica. Está subordinada ao Comitê Olímpico Internacional (COI), sendo responsável pelas modalidades gímnicas que são competidas nos Jogos Olímpicos. É portanto a Federação com maior poder e influência na Ginástica mundial.
A FIG é um órgão que tem como objetivo orientar, regulamentar, controlar, difundir e promover eventos na área da Ginástica. Tem sua origem nas Federações Européias de Ginástica (Fédérations Européennes de Gymnastique-FEG), estabelecidas em 23 de Julho de 1881 em Bruxelas-Bélgica, com a participação da França, Bélgica e Holanda. Apesar de reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional desde 1896, a FEG só participou como federação oficial de Ginástica Artística nos Jogos Olímpicos de Londres em 1908.
Em 7 de Abril de 1921 a FEG incluiu em seu quadro outros países, resultando na fundação da Federação Internacional de Ginástica - FIG com a participação de 16 federações (países) membros. Atualmente tem sua sede em Moutier, na Suíça, e possui 121 países filiados. Cada uma destas Federações nacionais representam o órgão máximo da Ginástica em seu país, tendo em nível nacional os mesmos objetivos da FIG. Ainda relacionadas a FIG estão as Federações que controlam a Ginástica no âmbito continental, entre elas a União Asiática de Ginástica fundada em 1964, a União Pan-americana de Ginástica fundada em 1967, a União Européia de Ginástica fundada em 1982, e a União Africana de Ginástica fundada em 1990.
A FIG atualmente é composta de 5 comitês sendo 4 relativos às modalidades competitivas (Ginástica Artística Masculina, Ginástica Artística Feminina, Ginástica Rítmica Desportiva e Ginástica Aeróbica) e um relativo a Ginástica Geral que tem caráter demonstrativo.
Segundo o “Gymnaestrada Guide - X World Gymnaestrada Berlim 1995”, em 1994 a Ginástica Aeróbica foi admitida pela FIG como modalidade e organizado seu primeiro campeonato. No Congresso da FIG realizado em Atlanta em 1996, foi decidida a inclusão definitiva da Ginástica Aeróbica em seu programa competitivo porém, o estatuto e toda regulamentação para a sua incorporação, estão sendo preparados para serem apresentados no Congresso da FIG de 1998. Também foi discutida em Atlanta a inclusão na FIG, do Trampolim Acrobático e dos Esportes Acrobáticos, representados respectivamente pela FIT - Federação Internacional de Trampolim e pela IFSA - Federação Internacional de Esportes Acrobáticos, as quais encontram-se em fase de preparação e mudanças dos estatutos e regulamentos, para serem submetido à aprovação no próximo Congresso da FIG em 1998. (World of Gymnastics, Moutier, nº. 19, October, 1996: 30).
A intenção da FIG de incorporar outras modalidades gímnicas, pode ser claramente observada nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996, na realização de sua Festa de Gala (FIG Gala), após o término de todas as competições na área da Ginástica, onde os melhores ginastas de Ginástica Artística, Ginástica Rítmica Desportiva, Ginástica Aeróbica, Ginástica Acrobática, Trampolim Acrobático e Tumbling fizeram uma belíssima apresentação sem caráter competitivo.
A convivência de modalidades competitivas e demonstrativas numa mesma federação, é uma característica da FIG reafirmada nas palavras de Yuri Titov, presidente desta instituição de 1976 a 1996, no documento de propaganda da Ginástica Geral (FIG [199-]: 04): “Nós somos a primeira federação internacional que se dedica tanto ao esporte competitivo como ao esporte recreativo... “ Este é um aspecto interessante que destaca a FIG das demais federações desportivas, vindo ao encontro de sua natureza e objetivos diferenciados, os quais se harmonizam perfeitamente com o espírito e tradições desta entidade.
A presença da Ginástica Geral como um comitê específico dentro da estrutura da FIG a partir de 1984, vem demonstrar a importância deste fenômeno de massa que envolve um incontável número de praticantes em todo o mundo, ultrapassando em larga escala o total de atletas das modalidades competitivas dirigidas pela mesma federação.
Coexistem com a FIG, outras federações internacionais que regulamentam modalidades gímnicas não abrangidas por ela até o momento. Entre elas destaca-se a Federação Internacional de Trampolim (FIT) responsável pelo Trampolim Acrobático e pelo Duplo Mini-Trampolim, ambas modalidades competitivas porém não olímpicas e a Federação Internacional de Esportes Acrobáticos (IFSA) que coordena a Ginástica Acrobática e o “Tumbling”.
Com relação aos Jogos Olímpicos a Ginástica é oficialmente representada nas modalidades Ginástica Artística Masculina desde 1908 em Londres, a Ginástica Artística Feminina desde 1928 em Amsterdã e a GRD desde 1984 em Los Angeles. Sem caráter competitivo, a Ginástica Geral tem sempre abrilhantado as Cerimônias de Abertura dos Jogos, caracterizando-se como um dos pontos altos destes eventos, onde a criatividade, a plasticidade, a expressão corporal se fazem presentes na participação sincronizada de um grande número de ginastas.
Fonte: www.ginasticas.com.br
História da Ginástica
História da Ginástica
É necessário, de início, que se estabeleça a distinção entre a ginástica como modalidade esportiva e a ginástica como prática milenar de exercícios físicos metódicos. Amoros definiu a ginástica como a “ciência racional de nossos movimentos, de suas relações com nossos sentidos, inteligência, sentimentos e costumes e o completo desenvolvimento de nossas faculdades ”. Também já foi definida de outra forma: “ A ginástica é a ciência do movimento racional, sujeito a uma disciplina e a um fim prático”
Como modalidade esportiva a ginástica teve sua oficialização e regulamentação há pouco tempo, enquanto que na mera condição de prática metódica de exercícios física já a encontramos nas civilizações da China e da Índia, nos idos do ano 2.600 AC. , tendo sido amplamente desenvolvido pelos gregos e daí seguiu o rastro cultural do Helenismo, passando ao Império Romano e chegando aos nossos dias.
Os gregos foram idealizadores das primeiras escolas destinadas à preparação dos atletas para exibições em público e nos ginásios. Já a civilização romana alterou o objetivo da prática da ginástica procurando alcançar fins bélicos.
Na Idade Média a ginástica perdeu grande parte de sua importância, iniciando o seu ressurgimento apenas na fase renascentista e recobrando considerável prestígio na Segunda metade do século XVIII, com a propagação das idéias de Jean Jacques Rousseau, através do seu livro “Émile”.
A partir daí, vários educadores se voltaram para a ginástica e a conseqüente elaboração de métodos especializados, escolas de educação física, entre os quais podemos destacar o espanhol Amoros, os franceses Démeny, Hérbert e Joinville, o alemão F. L. John, os suécos Per Ling e seu filho Hjalmar e os dinamarqueses Niels Bukh e Johannes Lindhard.
Com a evolução da educação física, a ginástica se especializou, de acordo com as finalidades com que é praticada ou então em correspondência com os movimentos que a compõem. A ginástica como modalidade esportiva vem se desenvolvendo bastante nos últimos tempos. No elenco de provas esportivas dos Jogos Olímpicos talvez seja um dos espetáculos mais belos e de maior poder de atração. As provas de ginástica, normalmente são aquelas que se enquadram nos ramos conhecidos como ginástica olímpica, ginástica rítmica e ginástica acrobática como modalidade esportiva.
Sem dúvida a ginástica Olímpica também é um desporto que margeia a arte, razão porque nos Jogos Olímpicos já é chamada Ginástica Artística. Dentre os principais objetivos da ginástica olímpica encontra-se a busca da performance, do controle neuro-muscular e senso rítmico, do equilíbrio total do corpo e de uma postura correta e saliente. O ginasta sempre deverá procurar demonstrar segurança e superioridade através da prática de exercícios de diferentes graus de dificuldade, executados de forma harmônica e precisa, pois esta modalidade se baseia essencialmente na qualidade.
A ginástica é orientada e dirigida em plano internacional pela Federação Internacional de Ginástica, encontrando-se no Brasil juridicionada em sua própria em sua própria entidade nacional especializada – Confederação Brasileira de Ginástica, enquanto que, no âmbito estadual, existem várias Federações especializadas, embora em alguns Estados sua direção ainda permaneça sob algumas ecléticas.
Fonte: www.museudosesportes.com.br
História da Ginástica
Embora seja incerto, a palavra ginástica diz-se vir do grego “Gymnastiké”, arte de fortificar o corpo e dar-lhe agilidade, ou “Gimnos”, que significa nu. Mas, já para o homem pré-histórico, a actividade física tinha um papel importante para sua sobrevivência, expressa principalmente na necessidade vital de atacar e defender-se. O exercício físico utilitário e sistematizado de forma rudimentar, era transmitido através das gerações e fazia parte dos jogos, rituais e festividades. Na antiguidade, principalmente no Oriente, os exercícios físicos apareceram nas várias formas de luta, na natação, no remo, no hipismo, na arte de atirar com o arco, como exercícios utilitários, nos jogos, nos rituais religiosos e na preparação militar de maneira geral.
Foram os antigos gregos, os primeiros a praticar a ginástica como atividade esportiva e não apenas como forma de treino militar. A ginástica artística tornou-se esporte olímpico nos jogos de Atenas (1896), mas só para homens. A participação das mulheres foi liberada nos jogos de Amesterdão, em 1928. Também a ginástica egípcia já valorizava o que se conhece hoje como qualidades físicas tais como: equilíbrio, força, flexibilidade e resistência. Já usavam, embora rudimentares, materiais de apoio tais como tronco de árvores, pesos e lanças. Dentre os costumes egípcios estavam os exercícios Gímmicos revelados nas pinturas das paredes das tumbas.
No Império Romano e durante toda a Idade Média, os exercícios físicos ficaram restritos à função militar, onde se incluíam a caça e os torneios. Só com o Renascimento os exercícios físicos, beneficiados pela redescoberta dos valores gregos, voltaram a despertar interesse maior.
No século XVIII, a ginástica era vista com um carisma artístico, sendo vulgares as exibições de escolas e associações desportivas, desenvolvendo também a sua vertente competitiva. A organização da ginástica nos moldes actuais e a criação das regras e aparelhos de ginástica começou em 1811 na Alemanha, através da intervenção do professor Friedrick Ludwig Jahn. Este abriu o primeiro campo de ginástica de Berlim e rapidamente a ideia passou para outras cidades alemãs. O número de praticantes deste desporto aumentou, ajudando a exportação da ginástica para outros países. Em 1881, a criação da Federação Internacional de Ginástica abriu caminho para a realização das primeiras provas internacionais da modalidade, que foram os Jogos Olímpicos de 1896.
A complexidade dos aparelhos e das modalidades foi aumentando ao longo do tempo, nomeadamente a introdução da competição olímpica feminina em 1928. Nos Jogos Olímpicos, a Ginástica foi oficialmente representada nas modalidades de Ginástica Artística Masculina desde 1908, em Londres, e a Ginástica Artística Feminina desde 1928 em Amesterdão. Mesmo sem carácter competitivo, a Ginástica tem sempre aparecido nas cerimónias de abertura de jogos, caracterizando-se como um dos pontos altos destes eventos, onde a criatividade, a plasticidade, a expressão corporal tornam-se presentes na participação sincronizada de um grande número de ginastas.

História da Ginástica


História da Ginástica    História da Ginástica
A palavra Ginástica vem do grego Gymnastiké e significa a “Arte ou ato de exercitar o corpo para fortificá-lo e dar-lhe agilidade.A ginástica faz parte da história humana desde os primórdios quando o homem começou a organizar-se em civilizações e começou-se pela primeira vez a estruturar a atividade física ao invés de simplesmente praticá-la naturalmente para a sobrevivência. É fácil de constatar que estava estritamente ligada ao treino militar, mas também com caráter religioso. E desde tempos remotos também iniciaram-se as competições em todo mundo civilizado, dentre elas as olimpíadas gregas realizadadas durante quase 12 séculos (776 a.c.-393 d.c.). Mas a ginástica moderna surgiu no século XVIII com Johann-Cristoph Guts Muths (1759-1839), autor alemão de Gymnastik fur Jugend, publicado em 1793 e Francisco Amóros Y Ondeano (1769-1849), espanhol naturalizado francês que fundou uma escola de ginástica em Grenelle.
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O nome que mais se destaca na história da formação da ginástica moderna foi a do alemão Johann-Friedrich-Ludwig-Christoph-Jahn (1778-1852), grande nacionalista alemão considerado o pai da ginástica, responsável pela propagação da ginástica em aparelhos pelo mundo inteiro que inventou o termo turnen, para designar a prática da ginástica na alemanha. Durante o bloqueio ginástico de 1820 a 1842 na alemanha diversos ginastas alemães emigraram para o mundo inteiro difundindo a ginástica de Jahn.
A partir da segunda metade do século XIX, apareceram na europa as primeiras federações de ginástica como a da Suíça, Alemanha, Bélgica, Polônia, Holanda e França. Em 1881 iniciou-se a Federação Européia de Ginástica na Bélgica que torna-se a FIG (Federação Internacional de Ginástica), a partir de 1921, tendo por presidente Nicolas Cupérus que permaneceu até 1924.
Em 1896 iniciam-se as competições internacionais nas olimpíadas de Atenas, com a presença da ginástica e em 1903 o Primeiro Torneio Internacional de Ginástica em Antuérpia na Bélgica. Em 1928 inicia-se a participação feminina nas Olimpíadas.
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A GINÁSTICA E SUAS MODALIDADES NA ATUALIDADE

A ginástica de que estamos falando é a ginástica de competição e exibição e compreende 6 modalidades distintas:
A GINÁSTICA OLÍMPICA ou GINÁSTICA ARTÍSTICA
A GINÁSTICA RÍTMICA DESPORTIVA (GRD)
A GINÁSTICA ACROBÁTICA
O TRAMPOLIM ACROBÁTICO (cama elástica - entrou para as olimpíadas em Sidnei)
GINÁSTICA GERAL (exibidas nas famosas Gymnaestradas e aberturas dos jogos - não competitiva)
OBS: A GINÁSTICA AERÓBICA foi admitida pela FIG como modalidade a partir de 1994.
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GINÁSTICA OLÍMPICA (artística)

Dividida em Ginástica Artística Masculina com os seguintes aparelhos:
SOLO 
CAVALO COM ALÇA 
ARGOLAS 
SALTO SOBRE CAVALO SEM ALÇAS 
BARRAS PARALELAS SIMÉTRICAS 
BARRA HORIZONTAL /FIXA
Ginástica Artística Feminina com os seguintes aparelhos:
PARALELAS ASSIMÉTRICAS 
SALTO SOBRE CAVALO SEM ALÇAS 
TRAVE DE EQUILÍBRIO 
SOLO
Em cada prova se realizam dois conjuntos de exercícios, um chamado de obrigatório e outro chamado de livre, criado pelo próprio atleta. Para contagem dos pontos são levados em consideração: dificuldade, combinação, originalidade e execução.
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GINÁSTICA ACROBÁTICA

Embora Ginástica Acrobática (Esportes Acrobáticos) seja o nome oficial do esporte, ela é freqüentemente chamada de Acrobacia. E embora a Acrobacia fosse grandemente desenvolvida no século VII devido a criação do circo, ela como um esporte é relativamente jovem. As primeiras competições mundiais datam de 1973. Muitos ginastas se aposentam da ginástica olímpica para passar à ginástica acrobática.
Dividida nas modalidades:
MASCULINO:Com dupla e quarteto 
FEMININO:Dupla e trio 
MISTA:Dupla
Os acrobatas em grupo devem executar três séries. Uma de equilíbrio, uma dinâmica e outra combinada. As séries dinâmicas são mais ativas e com elementos de lançamentos com vôos do parceiro. As séries de equilíbrio valorizam os exercícios estáticos. Em níveis mais altos, a terceira série é uma combinação das duas séries anteriores. Todas as séries são executadas com música e com coreografia. Isto ajuda enriquecer o movimento do corpo.

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GINÁSTICA RÍTMICA DESPORTIVA (G.R.D.)

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Destaque do Brasil em Sidnei. A Ginástica Rítmica Desportiva (G.R.D.) envolve movimentos de corpo e dança de variados tipos e dificuldades combinadas com a manipulação de equipamentos pequenos. As ginastastêm que demonstrar a coordenação e controle de dançarinas bem treinadas, e elas têm que combinar harmonia do movimento com a música. As competições são individuais ou em grupos de 5 ginastas. Na arbitragem, existem duas bancas diferentes, uma que atribui a nota técnica e outra que atribui a nota artística. Os aparelhos se diferenciam muito nas suas composições.
O atleta tem que coordenar movimentos de corpo muito difíceis com os elementos do aparelho que estiver usando:
Corda: caracteriza-se por balanços, círculos, rotações, figuras com movimentos tipo "oito", lançamentos e capturas da corda. As ginastas também saltam com a corda aberta ou dobrada, segura por ambas as mãos.
Arco: os movimentos mais comuns incluem balanços, rolos, lançamentos e capturas, giros, incursões no arco, rotações do arco no chão e rotações do arco ao redor da mão e outras partes do corpo. O mais impressionante aqui está nos lançamentos altos e nas técnicas complexas para pegar o arco de uma forma diferente a cada momento.
Massas: balanços, círculos grandes, círculos pequenos, moinhos, lançamentos e capturas, e batidas rítmicas são os movimentos mais comuns.
Fitas: são incluídas nas rotinas de fitas, espirais, balanços, círculos, lançamentos e capturas, e movimentos com figuras tipo 'oito'. A fita deve permanecer em movimento constantemente.
Bola: Ondas, círculos, lançamentos e capturas, movimentos com a bola equilibrada na mão, saltos e giros com a bola no chão e ao longo de partes do corpo são os movimentos mais comuns desta especialidade.
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TRAMPOLIM ACROBÁTICO

História da Ginástica
Estas modalidades são relativamente novas no contexto esportivo, e só recentemente é que o trampolim passou a ser um esporte olímpico, são elas: Trampolim Acrobático, Tumbling e Duplo Mini. Estes trampolins modernos podem propulsar tão alto os atletas treinados, que estes podem chegar a até 30 pés durante as performances!
Durante duas séries competitivas de 10 habilidades cada, os atletas de nível superior podem facilmente demonstrar uma bela ordem de saltos duplos, triplos quádruplos e piruetas.

Trampolim Sincronizado

Exige a mesma habilidade técnica que o trampolim individual, porém soma-se a isso uma maior precisão de tempo na execução dos exercícios. São usados dois trampolins para dois atletas de performances parecidas que devem executar uma série de 10 elementos ao mesmo tempo. Assim, artisticamente, cada um executa como se fosse uma imagem de espelho do outro, dobrando a beleza visual da competição de trampolim.

Tumbling

O Tumbling é executado em uma pista elevada que ajuda os acrobatas dando uma propulsão que os elevam mais alto que uma tabela de basquetebol; sempre demonstrando velocidade, força e habilidade enquanto executam uma série de manobras acrobáticas. Saltos mortais explosivos com múltiplos saltos e piruetas serão executadas sempre em busca de uma performance próxima ao topo.

Duplo Mini-Trampolim

É um esporte relativamente novo que combina a corrida horizontal do tumbling com os saltos verticais do trampolim. Depois de uma pequena corrida, o atleta salta sobre um trampolim pequeno duplamente nivelado para executar um movimento (salto) em um dos níveis, ressaltando no segundo nível, seguido imediatamente por um elemento que irá finalizar sobre o colchão de aterrissagem. O duplo mini trampolim é semelhante em conceito a um trampolim de mergulho, porém usando um colchão em vez de água.

GINÁSTICA GERAL

História da Ginástica
A Ginástica Geral compreende um vasto leque de atividades físicas orientadas para o lazer, fundamentadas nas atividades gímnicas, assim como em manifestações corporais com particular interesse no contexto cultural nacional.
A Gymnaestrada Mundial (realizada desde 1953) é o festival internacional mais importante da Ginástica Geral, sendo este o evento oficial da Federação Internacional de Ginástica para a modalidade, onde vários países a cada 4 anos para realizar apresentações, trocar informações sobre os trabalhos desenvolvidos em seus países e discutir a Ginástica Geral como importante elemento para o aprimoramento humano. O idealizador da Gymnaestrada foi o Holandês Jo Sommer, cuja idéia era realizar um evento sem a preocupação com o aspecto competitivo, isto é, um evento em que os participantes comparecessem pelo prazer de sua performance e sem limitações de qualquer tipo.

CAMPEONATOS

História da Ginástica
No Brasil temos A CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GINÁSTICA que realiza o campeonato Brasileiro de Ginástica nas modalidades INFANTIL, JUVENIL e ADULTO, e suas subdivisões no masculino e feminino. Além do cameonato mundial realizado a cada 2 anos pela FIG, temos o campeonato Sul-Americano e Pan-Americano.
Na maioria dos estados temos os jogos regionais e abertos promovidos pelas Federações estaduais, Liga e Secretarias de Esporte e Turismo. As crianças podem iniciar-se na ginástica já a partir dos 4 anos e as competições desde os 10 anos para os meninos e 8 anos para as meninas. Para treinar, existem as academias, ginásios e Clubes Desportivos. O atleta para profissionalizar-se deve contar com patrocínios que o ajudem a manter-se treinando em tempo integral.
Fonte: www.zamur.com.br

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